infinito coletivo

INFINITO COLETIVO

Espaço Lider Casa Cor Minas 2022

Fundada a partir do trabalho árduo de seu fundador, João da Mata, “a Lider nunca deixou de lado a sua essência: o capricho na fabricação de móveis de altíssima qualidade e a atenção a cada detalhe, desde a escolha da matéria-prima até a entrega final do produto.”

Tem como grande diferencial a produção própria, que conta em seu enorme parque industrial, situado em Carmo do Cajuru, não só com grande diversidade de produção – marcenaria, metalurgia, estofamento, costura – mas também com o uso de tecnologia de ponta associada ao melhor fazer dos artífices locais.

Da natureza à cultura: a criação como obra coletiva

A crescente complexidade técnica dos objetos do mundo contemporâneo torna praticamente impossível que uma única pessoa conceba e construa esses objetos sem recorrer à ajuda de equipes de criação e desenvolvimento: operários, artesãos, designers, executivos e consultores especializados. Assim, ainda que possa nascer de um desenho individual, um móvel é, quase sempre, uma obra coletiva que se constrói tanto no espaço quanto no tempo.

Na transformação da matéria prima ao objeto final, o trabalho de inúmeras mãos anônimas se somam numa obra coletiva que transforma a natureza bruta em cultura. A história e os processos criativos e fabris da Lider sublinham essa dimensão coletiva presente nas mais elevadas criações humanas.

Construir vazios: arquitetura como experiência coletiva

A arquitetura é parte indissociável do ambiente urbano e da vida social. Embora, na maior parte das vezes, resulte de ações individuais, seus efeitos repercutem coletivamente. Afinal, são os objetos construídos que moldam nossa experiência do espaço, definindo os vazios pelos quais podemos nos mover, agir e interagir uns com os outros.

Para o escultor Jorge Oteiza, a escultura não é a forma externa visível que se apresenta aos nossos sentidos, mas o vazio invisível que essa forma constrói em seu interior. Essa ideia pode ser perfeitamente transposta ao contexto da arquitetura: ainda que o que se perceba mais imediatamente seja a materialidade dos edifícios – suas paredes, pisos e tetos – a arquitetura se faz essencialmente de vazios. Isto é, onde cessa a materialidade dos edifícios é onde, de fato, começa a arquitetura.

Fazer arquitetura consiste, portanto, em construir vazios para abrigar a vida e promover os encontros. Construir o vazio, não apenas como imagem poética, mas, como ação concreta, é a arquitetura que se faz necessária.

Assim, este espaço se configura a partir da construção de um vazio que convida à permanência e ao encontro.

Infinito Coletivo

Algumas das muitas possibilidades tecnológicas da fábrica da Lider aqui são aplicadas à escala arquitetônica e associadas a uma ampla praça de convivência e deleite coletivo, proporcionando ambientes sem uso pré-determinado e com fortes experiências sensoriais.

Quatro módulos estão dispostos nas extremidades de uma grande praça quadrada, explorando diferentes tecnologias presentes na fábrica: os cobogós das estantes de chapas de madeira industrializadas, os painéis vazados de madeira maciça laminada colada, as diferentes tramas das cordas náuticas e o trançado da palha reproduzido nas chapas metálicas com corte CNC são aplicados como elementos vazados, fundindo limites entre exterior e interior, explorando a luz e as exuberantes visadas do Parque do Palácio.

Ao centro da grande praça estão dispostos módulos estofados azuis de diferentes densidades, convidando os visitantes a um mergulho, numa exploração lúdica deste lugar. Uma membrana de vidro refletivo configura a envoltória, em que este espaço coletivo é visualmente multiplicado infinitamente.

Desfrutem.