sede do cau – tocantins | 1º lugar

Pensar um edifício de alto desempenho ambiental, com construção racionalizada, grande flexibilidade interna, possibilidade de crescimento e uma presença distinta na paisagem são princípios que orientam a concepção do CAU-TO. Visam, sobretudo, assegurar-lhe um caráter de exemplaridade e uma duração longa e digna, como convém a um edifício público que presentifica a Arquitetura e o Urbanismo no Estado.

Um térreo aberto, que ocupa a sombra do volume elevado, abriga as atividades públicas – hall, multiuso e coworking – enfatizando sua integração à cidade através da continuidade do piso da calçada e de uma estrutura com poucos apoios que amplia a flexibilidade e a integração dos espaços.

Uma caixa elevada, com uma estrutura metálica leve, modulada e de pequenos vãos, com envoltória pesada em tijolos maciços com pintura branca, de alta inércia térmica, conforma um microclima introspectivo abrigando com grande qualidade os espaços de trabalh0, com total controle das incidências solares pela utilização dos jardins cobertos com pérgolas e de lanternins com beirais rigorosamente calculados para impedir a incidência direta de luz nos espaços internos mas permitir ver o céu. Acresce ao conjunto a ampliação da inércia térmica pela cobertura verde, que qualifica a quinta fachada do edifício tendo em vista sua futura presença na paisagem quando da verticalização do entorno.

A integração de técnicas construtivas diferencia uma obra pesada, em concreto, de caráter mais urbano e resistente, que media a relação com o chão, a uma lógica tectônica, leve, que permite integrar os espaços de trabalho aos jardins, com farta luz natural e o mínimo de divisões. O módulo estrutural equivale ao mínimo módulo espacial para acomodar os espaços de trabalho ou reunião e, quando associados, conformam ambientes integrados com grande flexibilidade. Para isso, um núcleo de infraestruturas prediais se concentra ao fundo, liberando o pavimento.

Dois atravessamentos no térreo organizam os fluxos. De um lado, o acesso de veículos sombreado conforma um porte-cochère em dias de evento e permite a carga e descarga à cozinha. De outro, o hall se abre à rua e ao fundo do terreno, acolhendo pedestres e convergindo os acessos à recepção, o que facilita o controle. Ao fundo, os estacionamentos permitem acomodar, no futuro, um anexo elevado com circulação vertical independente que poderá ter uso integrado ou independente ao CAU, preservando a hierarquia do volume frontal que caracteriza a instituição.